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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Estranha Surpresa

Em algum lugar no tempo , escrevia para registrar meus pensamentos. Eram quase diariamente esses momentos e isso me deixava feliz. Amava registrar no meu blog e assim abrir uma brecha para que o acaso pudesse de certa forma trabalhar. Em algum lugar no tempo não foi diferente, então eu escrevi:

"Nessa vida tive o privilegio de conhecer pessoas extremamente sofisticada na arte de sonhar.  Tive mestres em pensamentos, que somaram com minha loucura. Abracei muitas pessoas desconhecidas  que depois de algum tempo se tornaram pessoas eternas ( as vezes foram em minutos ). Nem todas se manteve presente em minha vida, acho que nem eu me mantive o mesmo. Hoje não sou mais aquela pessoa que arrisca tudo ao falar eu te amo, tenho medo , não sei . As pessoas se tornaram mais distantes e eu também me distanciei. Talvez foi por erro meu ou talvez, por medo de mais uma vez me machucar.

Antes quando namorava, me entregava não somente para a enamorada mas também para o ciclo de amizade que me era apresentado. Abria as portas da minha casa, viajava, contava sonhos e fazia novos projetos. Depois de um tempo percebi que foi tudo momentâneo e tive que aprender a lidar com a ausência de uma amizade que em algum lugar do tempo  me fazia feliz.  Percebo que hoje, há um muro entre as relações onde não se pode passar.  Parece que temos uma placa na testa, que diz se você é amigo ou agregado. Parece muitas vezes que temos prazo de validade , ou mesmo se não temos , parece que deveríamos ter. Fico meio com o pé atrás em não poder ser 100% com alguém. É bem triste  saber que amanhã ou depois poderei ou não, ter que reaprender a viver.

Sei que a vida é um grande ciclo de recomeços, todos os dias somos convidados a descobrir um novo caminho com novas possibilidades. Contudo , cabe lembrar que  temos um passado e ele sempre é peso na hora de decodificarmos alguns sinais, e por mais que nossa leitura possa estar errada, o medo nos trava e não nos permite  tentar. É como se não conseguíssemos provar o gosto de certa comida caso ela já nos tenha dado dor de barriga.

Com o tempo aprendemos a perdoar e entendemos que nem sempre essa palavra significa aceitar reviver uma história. Muitas vezes a paciência vai se esgotando e aquilo que chamávamos de esperança se torna uma coisa mais baseada na fé, ou seja , não precisamos ver para crer e sim, podemos esperar acontecer.

Mas não há só espinhos nessa fase da minha jornada, e nem tantos lamentos dos  amados que passaram por mim. Vive aqueles que não são mais tão colados e nem que nos entende com toda convicção, mas que estão ali. As vezes rola ma certa bronca, ou certo ciúmes ou cobrança , mas faz parte isso mostra que o sentimento esta se adaptando ( eu acho ) . Mas também rola gargalhadas incríveis quando nos reencontramos e sempre tem um abraço que  nos faz sentir especial.

Posso dizer que a vida é uma caixinha de boas intenções e em todo momento precisamos saber lidar com elas. Quando somos pequenos as pessoas nos vêem com mais purezas, com o tempo nossas boas ações começam a ser desconfiadas, acho que não só eu mas todos estão levando tantos “ baques” que tendem a desconfiar.  Pois bem, não me custa continuar vivendo e “ babando” por saber quais serão os próximos episódios de algum lugar do tempo. Em tudo sei que terei que aprender, ouvir, observar. Pode até ser que as vezes passarei triste, outras horas terei que provar alguma coisa e também sei que haverá momentos que não terei paciência nenhuma e estarei num canto sozinho colocando meus pensamentos no papel.

Naquele dia eu aprendi que nem sempre os sentimentos que fazem nascer amizades e contemplam o amor soam mais altos do que o medo e os traumas de uma História. Aprendi triste ou feliz com as ações e reações teremos que continuar vivendo. Aprendi que há tempo de perdoar, há tempo de aceitar, há tempo de falar e há tempo de se calar. Aprendi que eu estava aprendendo.




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